segunda-feira, 30 de julho de 2012

Craques que Nasceram no País Errado: Wynton Rufer

Esta série de posts vai homenagear alguns grandes jogadores que, apesar de terem se destacado individualmente, jamais puderam aspirar a nada por terem nascido em países sem muita expressão no mundo do Futebol.

Começamos com um craque que nasceu no país errado e na época errada, pois se tivesse nascido hoje, talvez teria se destacado muito mais do que quando em que jogou, o neo-zelandês Wynton Rufer.

Um centro-avante astuto, com faro de gol e categoria para mandar a bola para as redes na forma que fosse necessário. Tinha frieza e técnica na frente da goleira.

Nascido em Wellington, Nova Zelândia, filho de pai suíço e mãe maori, o prolífico atacante iniciou sua carreira profissional aos 18 anos de idade, no Stop Out, da Nova Zelândia. Em 1981, foi transferido para o Miramar Rangers, onde foi eleito por dois anos consecutivos (1981 e 1982) o Melhor Jogador Jovem da Nova Zelândia, atraindo o interesse de clubes europeus.

Um deles foi o Norwich City, da Inglaterra. O treinador Ken Brown se impressionou tanto com o jovem que o convidou, junto com o seu irmão Shane, para fazer um teste. Ambos passaram, e assinaram contrato profissional com os Canários. Entretanto, o seu visto de trabalho na Inglaterra foi negado, portanto, não pôde fechar a negociação.

Entretanto, isso não foi impeditivo para Wynton jogar na Europa. Como cidadão suíço, por conta do seu pai, assinou contrato com o FC Zürich. Nas cinco temporadas em que atuou pelo Zürich, marcou 57 gols, mantendo uma boa média anual, tendo em vista a fragilidade da equipe na época.

Em 1986, transferiu-se para o Aarau, onde em duas temporadas marcou cerca de 40 gols, inclusive, na temporada 1987-88, foi o artilheiro do Campeonato Suíço, marcando 21 gols, e passando a atrair a atenção de clubes maiores e mais bem projetados no continente.

O Grasshopper o contratou para a temporada 1988-89. Com os Gafanhotos (sim, esse é o nome e o apelido do clube!) conquistou a Copa da Suíça, e marcando 18 gols na temporada, passando da marca de 100 gols no território helvético!

A partir daí, sua carreira deu um grande salto de qualidade. Na temporada seguinte, foi contratado pelo Werder Bremen, treinado pelo grande Otto Rehhagel. Nas seis temporadas em que atuou pelos Verde-e-brancos, formou uma dupla de ataque letal com o atacante da seleção alemã, Klaus Allofs. A dupla empilharia gols nestes anos de parceria.

No seu primeiro ano, marcou 19 gols, sendo vice-campeão da Copa da Alemanha. Na sua segunda temporada, marcaria novamente 19, quando conquistou seu primeiro de vários títulos com o Werder Bremen, a mesma Copa da Alemanha que havia perdido no ano anterior.

No ano seguinte, temporada 1991-92, conquistou um grande título para o Werder, a Copa dos Campeões de Copas da Europa (ou UEFA Cup Winners' Cup, se preferir), com um gol seu na final, contra o forte AS Monaco de Emmanuel Petit, Lilian Thuram, Youri Djorkaeff e George Weah. Além disso, mandou mais 11 pelotas para as redes na temporada.

Em 1992-93, o seu melhor ano como jogador do Werder. Foi vice-artilheiro do Campeonato Alemão, com 17 gols marcados, e também foi artilheiro da UEFA Champions League do mesmo ano, marcando 8 gols. Mais importante, conquistou o Campeonato Alemão, consagrando a sua carreira na Alemanha. Ao todo, marcou 27 gols na temporada, transformando-se no primeiro astro do Futebol advindo da Oceania.

Nas duas últimas temporadas em Bremen, não rendeu tanto quanto antes, marcando 18 gols, transferindo-se então para o Japão, mais precisamente para o JEF United Ichihara, onde marcou 25 gols no Campeonato Japonês, mais um na Copa do Imperador.

Já no final da carreira, foi contratado pelo seu antigo técnico Otto Rehhagel para salvar o Kaiserslautern e levar o time de volta à primeira divisão da Bundesliga. Marcou poucos gols, apenas 4, mas todos muito importantes para o retorno ao primeiro nível.

Encerrou a carreira jogando no FC Kingz, da Nova Zelândia, marcando 12 gols em três temporadas.


Ainda, atuou 23 vezes pelos All Whites, a Seleção da Nova Zelândia, marcando 12 vezes. Atuou, inclusive, na Copa do Mundo de 1982, com apenas 19 anos de idade, jogando nas três partidas que sua equipe disputou no campeonato, perdendo as três. Não atuou mais vezes na sua Seleção pois os seus times não o liberavam.

Foi eleito por três vezes o melhor jogador do ano da Oceania, em  1989, 1991 e 1992. Também, recebeu a Ordem do Mérito em seu país, por suas contribuições ao esporte e ao Futebol.

Como maior honraria futebolística, foi eleito o maior jogador do Século XX na Oceania, em frente de lendas como o australiano Frank Farina e Christian Karembeu (radicado francês, mas nascido na Nova Caledônia).

Se Rufer fosse jogador hoje, com a evolução do Futebol na Oceania e também do seu país, a Nova Zelândia, certamente faria muito mais gols e seria mais conhecido do que antes. Em um país em que se usa demais da defesa no Futebol, Rufer seria a grande esperança de gols.

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