quinta-feira, 9 de maio de 2013

Craques que Nasceram no País Errado: Alexi Lalas

O Craque que Nasceu no País Errado deste post não é tão craque assim. Aliás, era um jogador de qualidade técnica razoável. Entretanto, foi um dos grandes ícones do Futebol mundial na década de 90, pela sua figura vistosa e chamativa, além de seu carisma inigualável.

Estamos falando de Alexi Lalas.

Panayotis Alexander Lalas nasceu em Birmingham, Michigan, Estados Unidos no dia 1º de junho de 1970, filho de pai grego e de mãe norte-americana.

Apesar de o futuro reservar uma carreira profissional no Futebol, Alexi passou a demonstrar interesse pelo esporte apenas aos onze anos de idade, um fato um tanto curioso. O jovem Lalas começou a jogar pela sua escola de ensino médio, a Cranbrook Kingswood School, e foi eleito o melhor jogador do seu estado no ano de 1987. Tinha tempo, também, de praticar hóquei no gelo, mas não seguiu carreira profissional.

Como de costume nos esportes nos Estados Unidos, Lalas passou a fazer parte da Rutgers University, jogando na universidade por quatro temporadas, entre 1988 e 1991. Foi finalista do Campeonato Nacional em 1990, e em 1991 fez parte do melhor time do país.

Após disputar as Olimpíadas de 1992 pela Seleção Americana, fazendo parte de um time que tinha futuras grandes figuras do Futebol norte-americano, como Brad Friedel, Claudio Reyna, Mike Burns, Joe-Max Moore e Cobi Jones, Lalas se destacou, conseguindo um teste para jogar na equipe principal do Arsenal, por meio de um ex-jogador do clube londrino, Bob McNab.

Infelizmente, Alexi não se mostrou apto para jogar em alto nível, recebendo poucas chances de treinar com o time principal, sendo relegado à equipe reserva e cortado do grupo de jogadores, retornando depois de pouco tempo aos Estados Unidos.

Depois de um breve hiato na carreira profissional, foi convocado para a Copa do Mundo de 1994, a ser disputada na sua terra natal, onde apareceu definitivamente para o mundo inteiro.

O time americano fez a sua melhor campanha na história das Copas até então, chegando até as oitavas de final, empurrado pela força de sua torcida. Além da campanha surpreendente, o esquadrão ianque contava com várias figuraças, destacadas especialmente pelo visual exótico e pelo carisma.

Figuras peculiares, como o goleiro Tony Meola, o zagueiro Marcelo Balboa, o meia Cobi Jones e o próprio Alexi Lalas chamavam a atenção do mundo inteiro, com o último sendo o maior representante do esquadrão americano.

Além de suas boas atuações dentro de campo, Lalas era um jogador muito carismático, desfilando seus longos cabelo e barba ruivos pelos estádios americanos. Ganhou fama, também, por ser roqueiro, aparecendo diversas vezes na mídia internacional tocando seu violão e cantando músicas.

Sua fama o levou a disputar a Primeira Divisão da Itália, pelo pequeno Padova. Disputou 33 partidas oficiais pelo clube, marcando três gols, inclusive sobre o Milan e a Internazionale. Entretanto, não conseguiu evitar o descenso do clube, acabando na lanterna do Campeonato Italiano da temporada 1994-95.

A Major League Soccer, planejando a sua temporada de estreia, contratou Lalas para ser alocado a um dos novos clubes. Entretanto, dificuldades na execução do projeto fizeram com que a liga emprestasse Lalas de volta para o Padova, com o objetivo de manter sua forma física e ritmo de jogo. Disputou mais onze partidas, desta vez, sem marcar gols.

Em 1996, a MLS conseguiu realizar sua temporada inaugural. Como uma das estrelas da competição, juntamente com craques como Carlos Valderrama, Marco Etcheverry, Jorge Campos, Eric Wynalda, Preki e Leonel Álvarez, Alexi foi alocado a uma das dez equipes do torneio. Como resultado, foi escolhido para integrar o New England Revolution.

Disputou as duas primeiras temporadas da MLS pelos Revs, sendo presença constante na linha de defesa, e consolidando-se como um dos melhores jogadores de sua geração.

Em novembro de 1997, o New England Revolution o emprestou por um mês ao Emelec, do Equador. Na sua volta, descobriu que havia sido trocado para o MetroStars, junto com o seu companheiro da Copa de 1994, Tony Meola.

Jogou uma temporada pelo time de Nova York, e foi trocado para o Kansas City Wizards, onde também passou uma temporada.

Desgostoso consigo mesmo, abandonou sua carreira profissional, passando a trabalhar na televisão, comentando partidas e participando de mesas redondas. Descobriu, nesse período fora do Futebol, um talento nato de se comunicar com os telespectadores, aproveitando seu grande carisma e simpatia com o público.

Mudou de ideia em 2001, quando assinou contrato com o Los Angeles Galaxy. Na Califórnia, conquistou os únicos títulos da sua carreira, começando com a Copa dos Campeões da CONCACAF da temporada 2000-01.

Em 2002, conquistaria a tríplice coroa dos Estados Unidos junto com o Galaxy: a MLS Supporters' Shield (Campeonato da Temporada Regular), a MLS Cup (Campeonato dos Playoffs) e a MLS Open Cup (a Copa dos Estados Unidos), e foi eleito para o melhor time da temporada do mesmo ano.

Decidiu pendurar as chuteiras depois da temporada 2003, encerrando uma carreira de profissional de apenas nove anos, mas deixando uma legião de fãs e seguidores pelo mundo.

Apareceu em 96 oportunidades com a camisa do US Men's National Team, marcando nove gols. Fez parte dos times americanos que disputaram as Copas do Mundo de 1994 e 1998, bem como das equipes olímpicas de 1992 e 1996, como um dos jogadores acima da idade máxima.

Lalas teve passagens como Diretor Executivo de três times da MLS, sendo contratado por um grupo de investidores que comandava algumas equipes. De 2004 a 2008, foi cartola de, respectivamente, San Jose Earthquakes, New York MetroStars - e participou na transição para New York Red Bulls - e Los Angeles Galaxy, ajudando o clube a trazer David Beckham para os Estados Unidos.

Atualmente, é um dos comentaristas mais conhecidos da ESPN e da ABC Sports.

Apesar de Alexi Lalas não ter se destacado tanto como jogador, era um zagueiro de bom porte físico, com ótimo cabeceio e muita força. Não teve grande sucesso tanto nos clubes quanto na seleção nacional, mas deixou a sua marca pelo seu carisma e pela sua energia.

Por ter passado por uma fase de transição do Futebol nos Estados Unidos, não teve muito sucesso a nível de títulos.

Entretanto, é um dos responsáveis pela difusão do Futebol como esporte popular nos Estados Unidos, e até hoje é um dos grandes embaixadores da prática no país. Se tornou, também, uma das figuras mais reconhecidas até hoje no mundo futebolístico.

Com certeza, tivesse Lalas nascido na Europa, teria tido muito maior visibilidade, tanto pela sua personalidade divertida e amigável, quanto pelo seu modo de levar a vida. Afinal, quem não se lembraria de um craque ruivo, com cara de roqueiro, jogando por uma grande seleção nacional?

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